sábado, 23 de fevereiro de 2013

54° - "A invenção de Hugo Cabret"


Uma vez uma amiga me disse algo bem interessante, que os temas de filmes do Oscar tendem a girar em torno de um tema parecido, por exemplo de "Avatar" e "Guerra ao Terror", sobre conflitos, guerras; "Cisne Negro" e "Discurso do Rei" como filmes de desajustados, esse ano "Lincoln" e "Django livre" sobre escravidão; e, a partir dessa ótica, o mais fácil de perceber as ligações foi ano passado, 2012, porque os filmes grandes ganhadores da noite "O artista" e "A invenção de Hugo Cabret" fizeram uma grande homenagem ao cinema.
"A invenção" é um filme que a gente se emociona a partir das imagens, ele é lindo, lindo de ver. Ganhador de alguns Oscar, entre eles melhor fotografia e melhor direção de arte, "A invenção" tem cores linda, ainda que grande parte do filme esteja nas tonalidades de azul e marrom; e eu tive o privilégio de assisti-lo em 3D, que até então era uma modalidade de cinema interessante, mas que o Scorsese conseguiu imprimir um outro significado, as cenas são lindíssimas, não esqueço de como foi maravilhoso ver as cenas que mostram o passado de Geroge Méliès, ele produzindo seus filmes, fazendo os efeitos especiais, lindo de ver!
O filme se passa em Paris (taí outra semelhança com "O artista", o primeiro é americano fazendo filme na França e o segundo é francês ambientando filme nos EUA), nos anos 1920, e Hugo Cabret é um menino triste (com aqueles olhos, bem escolhidos para a fotografia do filme, azuis) que mora na estação de trem "Gare Montparnasse" e é responsável pela manutenção de todos os relógios da estação. Na verdade quem é o responsável é o tio de Hugo, mas ele bebe muito e vive sumido (até que descobrimos que está morto em algum lugar de Paris) o que faz com que Hugo tenha que viver escondido na estação, para que todos - em especial o inspetor Gustav (Sacha Baron Cohen) pensem que é o tio quem cuida dos relógios. No decorrer do filme vamos entendo as tristezas de Hugo, ele é órfão e perdeu o pai - que era um companheiro pra ele - há pouco tempo; o pai de Hugo era responsável por um museu e um dia encontra um autômato, que é um robô grande que tem a função de escrever/desenhar algo. Então Hugo e seu pai se empenham em consertar o robô, mas o pai morre neste processo e Hugo se dedica a consertar o autômato sozinho, pois crê que é uma maneira de estar mais próximo ao pai.
Hugo conhece então Isabelle (Chloe Moretz) uma menina da mesma idade de Hugo, que é criada por Papa George e sua esposa. Hugo percebe que Isabelle carrega consigo uma chave com o formato de coração que é o que falta para fazer o autômato funcionar. Quando o robô funciona desenha uma lua com um foguete no olho, e os meninos vão pesquisar o que significa e descobrem que Papa Georges, o mal-humorado dono da loja de brinquedos, é na verdade George Méliès, um ilusionista famoso que se tornou cineasta, produziu mais de 500 filmes no primeiro estúdio construído na Europa e é considerado o precursor dos efeitos especiais.
“A invenção” é uma homenagem ao cinema e um agradecimento à importância de Méliès para a sétima arte, e é por isso que um filme que homenageia Méliè teria que ser em 3D e mostrar, ainda que de maneira sutil e delicada, as inovações que o cinema pode apresentar nos dias de hoje. Eu gosto do fato da mágica, do cinema e da brincadeira estarem juntos no filme, porque partem do mesmo elemento: do encanto. 
A invenção de Hugo Cabret (Hugo, EUA, 2011) ****

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