Hoje
é o dia dele, Digulim, meu parceiro da vida, meu amor. Eu pedi a ele que
homenageasse este blog escrevendo sobre seu filme preferido, aqui vai:
Tenho
acompanhado com muito orgulho este projeto da minha esposa de comentar um filme
por dia, neste ano de 2013. E como hoje é meu “compleaño” ela me deu a honra de
participar deste hercúleo, mas prazeroso intento. Vamos lá, resolvi que vou
falar daquele que desde a primeira vez me causou grande impressão: “APOCALYPSE
NOW”, do Coppola, uma adaptação de um livro de Joseph Conrad, intitulado “No Coração
das Trevas”, filmado em 1979.
Sou
um pouco exagerado sobre este filme, pois cada um de nós tem uma leitura
acerca de uma obra de arte, e este filme merece tal título.
A
história começa com um capitão Willard (Martin Sheen), já um tanto perturbado
pela Guerra do Vietnam, e por um momento de inatividade aguardando ordens em um
quarto de hotel recebendo a missão estritamente confidencial de matar um
coronel Americano (Marlon Brando) que enlouquecera em um posto avançado no Camboja, lançando os
habitantes locais em uma escalada de barbárie inaceitável, mesmo para os
padrões éticos de uma guerra.
A
missão deve ser cumprida de forma discreta, pois qualquer vazamento de
informações acerca do Coronel Kurtz e seu império do terror poderia ser a
última gota no esforço de guerra americano, que já contava com grande antipatia
de parte da população ianque.
O
Cap. Willard então, parte de barco subindo o rio em direção ao posto do Cel.
Kurtz, escoltado por quatro soldados que desconhecem os motivos da missão.
À
medida que sobem o rio, o absurdo das situações criadas pelo conflito aumenta em
níveis indigestos, como numa parábola, em que o rio seria a mente humana
submetida a tais ambientes, perdendo, a cada dia, o contato com a civilidade.
Ao
finalmente se deparar com Cel. Kurtz, mesmo após vislumbrar o ambiente bizarro
de matança e violência criado pelo mesmo, ficamos chocados por percebê-lo, não
com um louco, mas alguém que de forma sã, quase cerebral, adaptou-se para
sobreviver, física e mentalmente em um ambiente de guerra desumano, no qual seu
país não tinha tão bem delineado seu papel de defensor da liberdade.
Não
espere um filme fácil, ou de ação, é um filme psicológico que trabalha como
poucos a verdadeira face da guerra, do conflito humano e suas consequências
para quem deles participa.
Mais
que isso, como em outras obras primas, como “Ensaio Sobre a Cegueira”, mostra o
quanto nossa civilidade é frágil e podemos nos tornar selvagens, se assim for
necessário.
A
atuação de Marlon Brando é, em minha opinião, a melhor de sua extensa carreira,
dado ao impacto causado por seu personagem.
Caso
você tenha estômago forte, opte pela versão Redux, reeditada pelo próprio Francis
Ford Coppola.
Apocalypse
Now, EUA, 1979 *****
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