Eu não sei se ontem
estava de TPM, ou foi mesmo depressão de domingo fim de recesso, mas eu me
emocionei bastante vendo "Um divã para dois". Tudo bem que o filme
não é nenhuma obra-prima, e tem um enredo um tanto previsível, mas é um filme
honesto, divertido e encantador. Já pela capa e a carinha da Meryl Streep a
gente adivinha - sem muito esforço - que se trata de uma comédia romântica, mas
não sei, ela não é assim tão óbvia; é claro que muito desse sentimento tem a
ver com o elenco que é de primeira, tem o Tommy Lee Jones (que eu lembrei de MIB
nos primeiros 5 minutos, mas depois passou) e Meryl “Diva” Streep, ela é mesmo
incrível, pense em outros dois filmes que são na mesma linha de "Um
divã": "O diabo veste Prada" e outro, ainda mais próximo,
"Simplesmente complicado" e são filmes com atuações totalmente
diferentes, neste filme Meryl faz um tipo dona de casa norte-americana, as
roupas, o cabelo, os trejeitos, o jeito de andar, de falar e de se calar,
porque sua personagem Kay é um tipo "Amélia que era mulher de
verdade" em extinção (graças a Deus pra nós).
Dá uma peninha dela, em
ver seu esforço de manter o relacionamento tão sofrido, mas também é uma
alegria ver sua reviravolta. Por mais que a sinopse não tenha nada de
extraordinário - um casal com 31 anos de casamento caiu na rotina e ela resolve
viajar e passar uma semana numa cidadezinha para fazer uma terapia intensiva de
casal e tentar reavivar seu casamento - existe algo de bacana no filme: por
mais submissa que Kay seja ela não quer viver num casamento sem sexo, num
casamento sem toque, sem tensão sexual ou algo do tipo, não quer virar roommate, ou pior, mãe, o que acontece
com muitas mulheres depois de tantos anos de casamento.
E "Um divã" lida de uma maneira muito gentil e franca a
questão do sexo e do amor, Kay apesar de todo conjunto housewife quer se sentir desejada e está disposta
a colocar fim no casamento mesmo sabendo que há carinho por parte do marido. E
eu gostei também da história de que por mais que a terapia fosse importante ela
é apenas um gatilho, não resolveu por si só um problema de anos em uma semana
(o que é fácil de ver nos filmes). Eu li também que a trilha sonora é
exagerada, mas não, eu gostei bastante das músicas que são aquelas bem clichês
pra namorar, sabe?! Gosto também da mensagem, que todo casamento longo, por
melhor que seja, passa por momentos - muitas vezes longos - de provação. E
apesar de seu ritmo mais lento, incomum até para as comédias românticas, eu
achei o filme surpreendentemente realista, não na dureza de "Amor",
mas com um pouco mais de leveza e esperança.
Um divã para dois (Hope Springs, EUA, 2012) ***
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