Para fechar o pacotão
"Truman Capote", "Bonequinha de Luxo". Nos dois filmes de
Truman "Bonequinha" é muito citado, pois pelo que entendi, além do
filme ser inspirado num conto de Capote, ele ainda esteve nas filmagens ou na
montagem, auxiliando na produção do filme. E é um clássico, né?! Tudo bem que,
para variar, eu já tinha visto e só percebi lá pelo meio do filme (o que me diz
alguma coisa sobre o filme ser um clássico no cinema, mas não na minha vida).
Ver o filme depois dessa grande sessão de Truman Capote deu também outro
sentido.
"Bonequinha"
tem um dos inícios mais bonitos de filme que eu já vi, é linda a cena de New
York vazia, o táxi para e Holly Golightly (Andrey Hepburn) desce para tomar
café em frente à Tiffany (em pé mesmo, enquanto olha as vitrines). E taí uma
beleza, o nome em português é muito melhor do que o original, "Bonequinha
de Luxo" é bem melhor que "Breakfast at Tiffany's", vamos
combinar!
O
filme é sobre os sonhos de Holly, que é uma garota de programa de luxo cujo
sonho é casar-se com um milionário que lhe dê uma casa na qual se sinta tão bem
como na Tiffany (hein?!). Para seu prédio muda-se Paul Varjac ou Fred (George
Peppard) que é também teúdo e manteúdo de uma senhora rica, e escritor nas horas
vagas. Aliás, que cena é aquela na qual Holly e Paulo (ou Fred) entram na
Tiffany com 10 dólares, não conseguem comprar nada, e o vendedor na maior boa
vontade do mundo resolve gravar o nome do casal num anel achado num pacote de
biscoito, e em seguida eles vão a uma biblioteca pública, fazem barulho,
escrevem no livro, a atendente reclama e Holly diz algo do tipo, por isso que a
Tiffany é melhor que uma biblioteca (hein?!).

A
Audrey Hepburn eternizou a "Bonequinha de Luxo", sua personagem
transcendeu o filme, não é a toa que é o pôster mais vendido, e ainda estampa
camisetas, almofadas, quadros, etc. Não é difícil entender o por quê, ela é e
está no filme simplesmente deslumbrante (apesar de magra demaaaais), além de
linda, tem um figurino de arrebentar, mas permitam-me uma heresia, até hoje vi
dois filmes de Hepburn, esse sobre o qual escrevo e "My fair lady" e
gente, as personagens dela são muito chatas, mas ainda não estou totalmente
convencida se era ela ou talvez um tipo de comportamento de época, sei lá.
"Bonequinha"
se salva - pra mim - porque tem cenas muito bonitas, como a festa psicodélica
na casa de Holly, muito bonita e entrosada, e também a cena de Holly tocando e
cantando na janela de seu apartamento, lindíssimo (aqui).
Mas
a história em si não entusiasma muito, e o fim, não gostei; além de ter a cena
triste dela jogando o gatinho na chuva (chiuf! e eu vi nos extras o diretor
dizendo que o 'gato fedia muito', chiuf outra vez) eu não curti muito o fato da
Holly ficar com 'Fred' apenas no final, quando não lhe restava mais nenhuma
opção, não sei, acho que eu optaria por um final mais romântico e
desinteressado.
Ainda
assim, apesar dos meus pesares, "Bonequinha" é um clássico que deve
ser visto, além das cenas bonitas, dos figurinos fantásticos, ainda tem diálogos
afiados, como o do final, na cena do carro. (“uma garota não pode ler uma
coisa dessa sem batom”), e Holly, tem um otimismo encantador, na sinopse diz
que é uma moça inocente, mas acho que não, creio que ela escolhe fingir que não
entende para fingir viver parte de seu sonho.
Bonequinha de Luxo
(Breakfast at Tiffany’s, EUA, 1961) ***
Nenhum comentário:
Postar um comentário