Eu não sou uma grande entusiasta de filmes nacionais. Sei que isso
é uma coisa perigosa - porque malvista - de se falar, mas é a verdade. Existe
alguma coisa apelativa de mau gosto que reina na cultura cinematográfica
nacional e eu não gosto. Acho também que falta time nos filmes (imagino que seja problema
na edição e/ou direção) e aí, meu amigo, o filme muitas vezes fica sem pé nem
cabeça (quer um exemplo? "Muita calma nesta hora", teoricamente bons
atores, foi bem divulgado, mas nossa, que fiasco!).

Isso não quer dizer que não tenha filmes nacionais na minha lista
de prediletos, claro que tem! Filmes bacanas que tentaram fugir do
"jeitinho tupiniquim de cinema LTDA", como “Narradores de Javé” e “O
Cheiro do Ralo” para citar os que me vem à memória agora. Mas não é deles que
quero falar hoje, mas de "Estômago" e não
sei se é pelo João Miguel, se pela Fabíola Nascimento, se pela comida toda do
filme, pelas cores, pelo enredo – ou todas as opções acima - mas o filme é
danado de bom! É difícil comentá-lo sem spoiler, é um
filme incrível que consegue falar de pobreza e de sexo, ou seja, os elementos
queridinhos do cinema nacional, sem cair no inevitável “clichê de sempre”! E
tem um final espetacular!
Gosto muito do João Miguel e acho que ele combina muito com seu
personagem (ele sabe fazer uma carinha de psicopata, vamos combinar!) e gosto
muito, muito mesmo da Fabíola Nascimento, ela é boa atriz e uma das poucas - e
ainda por cima global - que não sucumbe ao padrão magreza/anorexa de beleza
feminina.
Gosto também do fato de que Alecrim (João Miguel) saber e gostar
de cozinhar dá status ao personagem na cadeia.
Sabe aquela frase famosa na cultura popular:
"preso pelo estômago"? Pois então, o filme vai mostrar todas as
facetas deste dito e todas elas são boas demais de se descobrir.
Estômago (Brasil, 2008) ****
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