terça-feira, 15 de janeiro de 2013

15° - "Paris-Manhattan"



Ahh, até que enfim o cinema resolveu fazer um filme inspirado... em mim! Eu mereço! rs. Desde que eu vi o cartaz, depois passei à sinopse e fui até o trailer eu sabia que ia gostar do filme. "Paris-Manhattan" - dois locais que eu amaria conhecer - conta a história de uma moçoila que ama o Woody Allen, veja só que coincidência!! Alice é uma farmacêutica, mas do lado dos remédios há um punhado de DVDs que ela receita aos seus clientes, isso mesmo, e que curam. Bem, eu acredito piamente no poder curativo do cinema, para ansiedade, depressão, solidão ou uma distração para dores em geral e acho mesmo que para todas as fases da vida e para todos os humores há um tipo de filme, fazer o que, eu sou uma sonhadora incurável, que o cinema só faz piorar...
Mas agora sério, acho que minha vida no cinema seria um pouco mais interessante que o filme, que é quase engraçado, quase romântico; embora até isso o filme nos fale, que o mais interessante da vida é a realidade, e minha vida vai muito bem, obrigada. Não acho que filmes sejam subterfúgios, mas integram parte da nossa vida, real, como ela é.
Alice é uma mulher linda e bem-sucedida, mas que é incompleta por não ter marido (ai ai, é isso mesmo?). Tudo bem que eu acredito que seja impossível ser feliz sozinho, mas acho que as almas gêmeas, as companhias, nem sempre são amorosas, pode ser entre irmãs, mãe e filho, entre amigos. Essa cobrança em ter que ter alguém do lado (que é uma cobrança infinitamente maior com mulheres) é tão desnecessária e frustrante... Não falo por mim, mas por mulheres que estão a minha volta, que são bonitas, engraçadas, bem-sucedidas, mas se sentem incompletas e infelizes porque estão solteiras...
Acho bacana no filme porque Alice encontra dois pretendentes, um concentra grande parte dos atrativos masculinos no estereótipo da mente feminina: é bonito, divertido, surpreendente, bem-sucedido, carinhoso... E o outro é tudo isso, mas com uma boa dose de humanidade. O mais bacana aqui é que Alice escolhe o 'desajustado', sem que o primeiro, candidato à perfeição, a decepcione de alguma maneira. Ela faz uma escolha, ela pode escolher e escolhe a imperfeição, não o galã de hollywood, mas o herói de filme B europeu.
E assim, eu não sei se foi porque me identifiquei com a Alice e sua paixão por Woody, mas quando ele aparece no filme eu abri o maior berreiro no cinema (ainda bem que estava vazio e, pasmem, a maioria que me fazia companhia eram homens também sozinhos). Não sei o que faria se pudesse encontrar Woody Allen, se pudesse conversar com ele. O que dizer para parecer interessante? Para provocar nele o mínimo do que provoca em mim? E não sei se por ele ter 77 anos e eu perceber que as chances que tenho de encontrá-lo e de conversar com ele são mínimas, eu fiquei muito emocionada, parecia que era comigo mesmo.
Li num site que gosto de acompanhar - Adoro Cinema -, que as pessoas e os críticos não gostaram nem um pouco do filme, um moço escreveu que não faz jus ao “muso inspirador” que é Woody Allen. Sei que sim, mas essa simplicidade, essa humanidade do filme é que, pra mim, fizeram dele tão especial.
Paris-Manhattan (Paris Manhattan, França, 2013) ****

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