sábado, 12 de janeiro de 2013

12° - "Adeus, Lênin!"




"Ao olhar as nuvens naquele dia entendi que a verdade era um conceito dúbio que eu podia adaptar à visão que minha mãe tinha do mundo"

Sacrifícios por amor sempre geram temas glamourosos no cinema e em "Adeus, Lênin!" é a história de amor de um filho por uma mãe que emociona. O que é mais importante: viver feliz na ilusão ou duro na realidade? Para mim, uma boa dose de ilusão, obrigada! Mentiras sinceras sempre me interessam.
"Adeus" é um filme que vale a pena ver porque é lindo e narra uma época da história que é bem conhecida de todos (sim!) que é o fim da Guerra Fria. O amor e dedicação da mãe ao regime socialista me lembrou do também ótimo - aliás é ainda mais ótimo - "A Vida dos Outros".
A mãe de Alex (Daniel Bruhl, que também faz parte do excelente "Edukators"), Sra. Kerner (Katrin Sab) é uma mulher devota ao socialismo na antiga Alemanha Oriental e tem um ataque cardíaco ao ver o filho preso durante uma manifestação contra o sistema vigente. Só que, quando a Sra. Kerner acorda do coma, o muro de Berlim já era, a Alemanha foi reunificada e tcharam, o monstro capitalista já tomou conta (tem uma cena ótima na qual Alex está conversando com a mãe, e da janela ela vê um outdoor da coca-cola sendo instalado).
Entretanto a mãe de Alex está frágil e seu médico aconselha aos filhos que ela evite fortes emoções, o que poderia ser fatal. Assim, Alex cria um mundo de faz de contas, como se a vida continuasse a mesma, possibilitando que a mãe viva numa ilusória Alemanha socialista. Fazendo de tudo para que a mãe não presencie as mudanças ocorridas no país, o filho muda embalagens de produtos e inventa documentários de TV para alimentar a ilusão da mãe e mantê-la feliz.
E o filme é assim, divertido, mas tem suas ironias. Isso acontece porque ao mesmo tempo em que coloca uma visão crítica ao socialismo que viviam também mostra o capitalismo em sua face degradante. O melhor exemplo é sua irmã, que larga a faculdade de Economia para virar atendente do Burger King. E é por isso que o filme não é partidário nem político, apenas trata de usar como pano de fundo uma época política para retratar a velha e boa história do amor e da família.
Adeus, Lênin! (Good Bye, Lenin, Alemanha, 2002) ****

Um comentário:

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