segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

14° - "Alguém tem que ceder"



Tenho quase certeza que vi "Alguém tem que Ceder" (2004) pela primeira vez no cinema, mas o que eu não esqueço é do comentário de uma amiga sobre o filme, algo do tipo "o filme é meio estranho, mostra sexo com pessoas de idade, não gosto". E, assim, por mais que estranho mesmo seja o comentário dela, dá para entender, porque para Hollywood pessoas com mais de 60 anos servem mesmo é para coadjuvante (se for mulher então...). Por isso é raro ver um filme tão encantador com "Alguém" - estou doida pra ver Amour, um filme francês que concorre a várias indicações ao Oscar esse ano, inclusive de melhor atriz para Emmanuelle Riva de 86 anos! - no qual pessoas com certa idade ainda tem desejos, sonhos, são produtivas e importantes para a sociedade e podem ainda amar pela primeira vez (essa cena do Jack é linda!).
Bem, grande parte da beleza do filme está no casal principal, interpretado por Diane Keton e Jack Nicholson e eu gosto muito de ambos. São vários os filmes interpretados por eles e que estão na minha lista de prediletos, e espero ter a oportunidade de comentá-los aqui. O filme narra a possibilidade do amor para quem passou dos 60, mas ele tem elementos muito graciosos. Harry (Jack Nicholson) é um sessentão que só namora garotinhas e vê na possibilidade de namoros rápidos e fúteis um consolo para sua vida (e idade), até aqui nenhuma novidade, certo? Do outro lado tem Erica (Diane Keaton), uma mulher bem sucedida (escritora ativa e famosa), separada e há algum tempo só. 
Harry está iniciando um romance com a filha de Erica e vai passar o fim de semana em sua casa de praia. Só que lá ele tem uma parada cardíaca e por isso é obrigado a fazer repouso e não pode voltar à cidade. Mas o que conta no filme, mais que o enredo, são as cenas e os diálogos. Há uma cena linda de Erica brigando com Harry no meio de Manhattan. Mas também há cenas divertidas e com elementos raros de se ver, quando eles vão fazer sexo pela primeira vez (e que Harry não precisa usar viagra, o que parece ser raro) a cena é bem divertida, porque real, ele pergunta pra Erica se está usando contraceptivo e ela responde, menopausa; depois ela pega um medidor de pressão para ver se Harry se ok. A cena depois do sexo é bem bacana também, Diane é uma mulher real, tem rugas, não precisa se esconder ou se envergonhar, e em várias cenas do filme eles precisam colocar óculos para lerem o cardápio ou ver as horas, o que é comum para a idade, mas raro de se ver no cinema.
Ah, ainda há algo que não falei e considero fantástico no filme; Erica fica com Harry porque realmente gosta dele, não porque não tem outra opção, isso porque o cara interessado nela no filme é o lindão do Kenau Reeves, e assim, ele não é nem um pouco de se jogar fora, ele é gato, bem sucedido, um cara super bacana e gente boa (me lembrou um pouco a Tonya de “Doutor Jivago”, a mulher mais bozinha do cinema ever) e apaixonado por Erica, é ele que fala para Harry que Erica é divertida e sexy, isso mesmo sexy, adorei!
Um filme leve, divertido, com ótimas atuações e uma comédia romântica inteligente e por esses elementos o filme merece ser visto e apreciado.
Alguém tem que Ceder (Something’s Gotta Give, EUA, 2004) ***

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